A 2W Ecobank, em parceria com o SENAI CE e a Prefeitura Municipal de Icapuí, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho, Agricultura, Meio Ambiente e Pesca (SEDEMA), está fomentando o empreendedorismo e a geração de trabalho e renda na região. Ao todo, 50 pessoas foram formadas no curso de Fundamentos da Eletrotécnica e Introdução à Mecânica Industrial, pelo SENAI, dentre elas, 13 são mulheres. O processo seletivo levou em consideração a diversidade de gênero e priorizou as mulheres inscritas. Todos são moradores do centro de Icapuí e das comunidades de Ponta Grossa, Redonda, Assentamento São Francisco, Mutamba, Cajuais, Quitérias, Morro Pintado e Melancias de cima e de baixo. "As formações têm o intuito de capacitar e preparar o público para o mercado de trabalho, através dos conhecimentos iniciais básicos, voltado para atender as demandas das empresas e indústrias do município e região", declarou Luis Fernando Rahuan, Head de Implantação e Investimentos em Geração da 2W Ecobank. A 2W está construindo seu segundo parque eólico no Nordeste do país, na cidade de Icapuí (CE), e tem o início da geração de energia previsto para o segundo semestre de 2023. Entre maio e junho já foram entregues os primeiros 10 aerogeradores do parque, sendo que 6 deles já estão em montagem. "A 2W está comprometida com o desenvolvimento social das comunidades onde atua. Nas obras do Complexo Eólico Kairós Wind, vem desenvolvendo uma série de projetos sociais voltados à comunidade, priorizando a contratação de mão de obra local para a construção do empreendimento. Além da formação de profissionais, dentre os projetos que estão sendo desenvolvidos, destaca-se subsídio financeiro para a elaboração do Plano Diretor do Município em parceria com a Prefeitura e a UFC", afirma o CEO da 2W Ecobank, Claudio Ribeiro. O vice-prefeito, Jobede Cirilo, enfatizou a presença das mulheres nos cursos, "é importante capacitar para que ao surgirem as oportunidades as mulheres também possam agarrá-las. As empresas de grande porte estão chegando ao município e nós, do poder público, estamos correndo para conseguir as contrapartidas. Esse foi nosso pedido: capacitar os nossos jovens e priorizar a mão de obra local", disse. Com carga horária de 40 horas, os cursos são voltados para adultos de 18 a 49 anos e conta com aulas teóricas e práticas. "Tivemos uma grande procura pelos cursos, ao todo foram 183 inscritos, o que demonstra que há interesse na comunidade por formação e qualificação profissional. Além disso, não houve evasão nos cursos e todos receberam o certificado de formação pelo SENAI", explica Rosineide Rebouças Maia, Supervisora do Trabalho na SEDEMA. Ainda será oferecido um terceiro curso gratuito para a comunidade, com tema a ser definido, também na área de formação industrial. "Acreditamos na qualificação profissional como forma de abrir oportunidades no mercado de trabalho. A capacitação abre caminhos e cria pontes para novos projetos e trajetórias de vida", declarou André Holanda, diretor regional do SENAI Ceará, parceiro da 2W nesse programa. HISTÓRIAS DE VIDAS TRANSFORMADAS Carlos Roberto Maia de Carvalho, 43 anos, morador de Icapuí (CE), sofreu um acidente de trabalho em 2013, o qual provocou uma hérnia de disco, motivo pelo qual está afastado pelo INSS e ainda em tratamento. "Não sei o dia de amanhã e preciso estar preparado para retornar para o mercado de trabalho, se for necessário. Para isso é muito importante acompanhar a modernização do mercado e a tecnologia, garantindo que eu seja um bom profissional. O curso trouxe muitos benefícios e enriqueceu meus conhecimentos técnicos", afirmou Carlos Roberto, que tem o Ensino Médio completo, já atuava como eletricista e ficou sabendo do curso de Fundamentos da Eletrotécnica pelas redes sociais da Prefeitura de Icapuí. Jose Wilson Augustinho Nascimento, 49 anos, da comunidade do Morro Pintado, é diretamente ligado ao movimento comunitário do município de Icapuí, onde atua desde 1997. Há quase 8 anos fora do mercado de trabalho, essa é a primeira formação profissional dele, em Fundamentos da Eletrotécnica. "Trabalhei por 9 anos em uma grande empresa do setor agrícola, na parte contábil. Vi sobre o curso no site da Prefeitura. De primeira não me interessei tanto, mas quando vi que fui escolhido dentre mais de cem pessoas, pensei melhor e vi que seria muito importante para mim futuramente", afirmou. "Vejo uma luz em ser inserido novamente no mercado de trabalho, graças a 2W que abraçou a causa. Acredito que através da profissionalização podemos chegar longe, principalmente hoje, com grandes empresas sendo instaladas aqui no município. A mão de obra em Icapuí ainda é muito precária. Não nos profissionalizamos antes por não acreditar no poderia acontecer no futuro e atualmente as empresas estão aqui, gerando trabalho para as pessoas e se adequando à cultura local. Minha expectativa agora é colocar em prática tudo o que aprendi na teoria, de preferência, na própria 2W. Essa é uma oportunidade grandiosa", concluiu. Keyliane Mendes Chaves, 18 anos, moradora do assentamento São Francisco, comunidade carente da região, tem um grande sonho, entrar para a Marinha e atuar nas áreas de enfermagem ou mecânica. Para isso ela trabalha como auxiliar de cozinha e nas horas vagas faz "dindim", como se fala no Ceará, ou "geladinho", para vender e complementar sua renda. Além do curso de Fundamentos da Eletrotécnica, Kayliane já fez outro em manutenção de computadores e não pretende parar por aí. "Já irei me inscrever em outro curso de eletrotécnica, dessa vez profissionalizante, para aprofundar esse de fundamentos. Sei que não é uma área de atuação comum para mulheres, por isso a iniciativa da 2W em priorizar as 9 mulheres inscritas foi tão importante", afirmou. Keyliane não tem uma história fácil. Se inscreveu para a prova da Marinha e da PM, mas não teve condições de realizar, mesmo após se dedicar tanto aos estudos, por não ter condições de pagar o transporte. "Ano que vem vou fazer a minha inscrição novamente. Com esse trabalho vou conseguir pagar o transporte e com certeza vou passar na prova, porque estudei muito para isso", declarou a jovem que perdeu o pai há pouco mais de um ano e hoje, além de trabalhar e estudar, ajuda a mãe em casa com o extra que ganha, na venda dos "dindins".